por Sergio Xavier Filho, publicado no Debate Blog da Placar
Demorei para achar o melhor título para esse post. Campeões da babaquice é uma expressão forte, ainda mais quando se está falando de uma instituição exemplar do futebol brasileiro. Pois é, mas o São Paulo merece. O clube mais vitorioso dos últimos anos não precisava adotar tão ridículo comportamento. Ao se proclamar o único pentacampeão brasileiro, o São Paulo venceu com sobras o campeonato nacional da babaquice. Logo o tricolor paulista, clube mais organizado do país.
Para quem não sabe ou não era nascido, reconto rapidamente a história. Em 1987, o futebol brasileiro se rebelou contra a CBF e organizou o próprio Brasileiro, a Copa União. Eram 16 clubes, e foi uma tremenda competição, com a maior média de público da história. Ganhou o Flamengo, o vice foi o Internacional e a CBF não reconheceu o título por causa de um quiprocó que nem vale a pena relembrar.
Com o caneco de 1987, o Flamengo empilhou cinco títulos. É, portanto, tão penta quanto o São Paulo. O curioso dessa história é que o São Paulo presidia na época o Clube dos 13, na pessoa de Carlos Miguel Aidar. O São Paulo organizou a competição que, agora, por oportunismo e ausência de caráter, não quer reconhecer. Como diz Juca Kfouri, diretor da Placar em 1987, é até razoável que o Sport se sinta lesado (o clube pernambucano foi excluído do Clube dos 13 e foi o campeão declarado pela CBF). Quem não tem esse direito é o São Paulo, logo o São Paulo, que inventou a Copa União. Pois o São Paulo aprovou a camisa vendida pela Reebok com os dizeres "Único pentacampeão brasileiro". Que vergonha, São Paulo. Que papelão, Juvenal Juvêncio. Que mico, Marco Aurélio Cunha. Cada explicação furada... Essa babaquice em nada modifica os feitos do São Paulo, os cinco títulos já conquistados com talento e garra. Parabéns, torcedor, pelo brilhante pentacampeonato. Os parabéns, contudo, não vão para a diretoria do clube.
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