21 de set. de 2008

GM e Fran's Café: como praticar o Marketing da Incoerência

Como consumidor e publicitário, uma coisa que gosto de fazer é analisar propagandas, sejam ela na TV, no rádio, impressas, enfim... é claro que o mais legal é ver uma propaganda bem bolada, com uma sacada bacana. Além disso, ver se a mensagem que está sendo emitida, de fato, tem relação, coerência, com o que aquela representa. E, infelizmente, isso ocorre apenas em poucos casos.

Dois exemplos de propagandas bem boladas, para mim, são as dos Postos Ipiranga e da Bavaria Premium (estas, criadas pela amigo Marcelo Sato). No entanto, temos coisas muito ruins, como todas do HSBC e a última do Visa Electron (já criticada aqui neste blog).

A úlima pérola que vi é da GM. Vc já viu? É uma institucional, onde formiguinhas, unidas, ao som de With a Little Help From My Friends, vão carregando folhas, transmitindo a mensagem, de construção, evolução, união. Além disso, o locutor fala em coisas como "respeito ao planeta" e "responsabilidade social", temas tão em voga hoje em dia. Bom, vamos lá:

1 - Música dos Beatles numa propaganda? Uma música de 1967? Zero coisas contra a canção, maravilhosa por sinal, mas... quantas vezes músicas dos Beatles já foram usadas em campanhas publicitárias na história? Umas 7538948 vezes? Oras, menos clichê e mais criatividade, gente, senão a mensagem não é "comprada" pelo consumidor.

2 - Respeito ao ambiente? Até onde eu sei, a GM é a maior montadora do planeta (ou segunda, disputando com a Toyota). Tudo o que ela fabrica estão entre os produtos que mais destroem o meio mabiente. E esses caras ainda vem me falar de respeito ao meio ambiente? Eu sou idiota, por acaso?

Quem também gosta de um "Marketing de Incoerência" é o Fran's Café. Nesse caso, não é a propaganda que está errada, mas todo o serviço que é prestado não coincide com o que a marca tenta expressar. A roupagem da loja é fascinante, moderna; mas o produto final, que é nesse caso comer e beber... puta merda.

Estava eu a charmosa Gabriela na unidade da Tomás Carvalhal sexta passada. Limpa, bonita, moderna, bem iluminada, despojada, um cardápio lindo de morrer, com revistas e jornais para serem lidos... ou seja, a embalagem estava ótima. No entanto, "inventamos" de fazer o nosso pretendido ao ir lá, que era comer.

Pedimos um Strogonoff no pão italiano, que já havia comido uma vez (e adorado). Quando chega o prato... cadê o rango? Diminuiu absurdamente de tamanho! Estava na máquina de lavar? A tática é: "ao invés de abaixar os preços, vamos diminuir o tamanho das porções". Meu, só tinha pão, mal tinha carne e molho.

Depois disso, pedimos um café (que a Gabi teve que pedir no balcão, já que nenhuma atendente de predipôs a ir até a nossa mesa por 15 minutos). Mais 20 esperando e nada de café. Frustrados, fomos direto ao caixa pagar. Vergonhosamente, a atendentes estavam discutindo e brigando entre si, enquanto uma terceira teve que olhar no cardápio para saber quanto custava o strogonoff e uma Aquarius. Tipo, a pessoa trabalha lá e não sabe quanto custa as coisas. E outra, não emitiu uma notinha com os preços e o quanto pagamos por cada item. Ou seja, foi como comprar um cacho de bananas de feira... só que ali não era feira, é o famigerado e pretensamente chique Fran's Café.

Enfim, o grande lance é: não importa o posicionamento de uma marca. Indepentemente de qual seja, tudo que está relacionado a ela, seja a propaganda, seja a loja, tem que ser coerente com o que está sendo vendido, anunciado, com a mensagem emitida. No entanto, acho que GM e Fran's Café ainda não sacaram essa manha.

GM e Fran's Café, tô fora.

Fiquemos de olho.

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