Inicio de 2001, final do extinto torneio Rio X São Paulo. Segundo jogo da final, no Morumbi. Naquele dia (que não sei precisar ao certo qual era), o jogo entre São Paulo 2 x 1 Botafogo no Morumbi revelou para o mundo um dos maiores craques do futebol mundial atual, Kaká, quando fez os dois gols da vitória tricolor. Tinha apenas 18 anos.
No início, foi esquisito para a imprensa lidar com o jogador. Uns o chamavam de "Caca", eunquanto outros desdenhavam daquele menino franzino e relogioso, avesso aos holofotes. Dois anos depois, com sua condição de excelente jogador já solidificada, mesmo não tendo ganhado mais nenhum título, foi contratado pelo Milan por quase U$ 10 milhões. Hoje, cinco anos depois, o Kaka já jogou duas copas do mundo e foi campeão europeu e mundial pelo Milan, tendo grande destaque nessas competições.
Quando o Kaká começou a solificar sua carreira, deixando claro o talento que possuia, lentamente começaram a aparecer os contratos publicitários, buscados por empresas interessadas em atrelar suas marcas à um jogador habilidoso, vitorioso, um craque. Hoje, ele é patrocinado por Adidas, Gillette, Gatorade, entre outras empresas gigantes e globais. Um caminho mais do que natural, trilhado por dezenas e mais dezenas de estrelas do esportes, da música, etc.
No entanto, parece que, na tentativa de se personificar uma marca, atrelá-la valores e à pessoas, as empresas estão se precipitando, enfiando os pés pelas mãos. Enfim, invertendo a ordem das coisas. E o grande exemplo disso é a cantora-mirim Mallu Magalhães.
Sua carreira começou em Janeiro deste ano de 2008. Seis meses depois, já era garota-propaganda da Vivo e do MySpace. Em seguida, começa a participar de alguns dos principais festivais de música do pais.
Mallu trilhou o caminho inverso de Kaká. Enquanto este foi, aos poucos, jogo após jogo, ano após ano, mostrando seu talento, sua halibidade, fazendo gols e, dessa forma, consquistando fãs e, consequente patrocinadores, aquela não: Mallu é apenas uma menina de 16 anos, que toca violão, canta e compõe em inglês. Apenas isso. É mais um fruto, uma pseudo-artista. formada pelas infinitas formas de "criação" e exposição de trabalhos e obras que a internet, hoje em dia, propicia.
A Mallu, ao inverso do Kaká, para ganhar notoriedade, não mostrou talento, habilidade, nada. Ela é apenas uma menina que acabou caindo nas graças da molecada, dos adolescente. Percebendo esse novo "produto", duas empresas rapidamente se aproveitaram: MySpace Brasil, que encontrou nela uma possível versão da Lilly Allen, sucesso criando pelo MySpace Inglês; e a Vivo, que viu em Mallu a possbilidade de associar sua marca a uma "artista" jovem e surpreendente (pela sua pouca idade), de fortíssimo apelo junto ao público jovem, com alta exposição da mídia. A Mallu é praticamente uma ex-BBB indie, cult.
Os valores se inverteram. As corporações inverteram as regras do jogo. O Kaká virou garoto-propaganda de marcas globais depois de ter seu talento devidamente comprovado nos campos. Já a Mallu, não... coitada, ela não tem nem meia dúzia de músicas gravadas. Ela é uma cantora e compositora... sem músicas! Ela é apenas uma imagem... praticamente um projeto, um holograma: menina, jovem, 16 anos, meiguinha, vozinha fina, canta e compõe e inglês. Só faltou uma coisa: talento.
E posso falar tudo isso com conhecimento de causa, já que vi seu "show" interiinho no Planeta Terra. A experiência foi, no mínimo, constrangedora. Para mim, para ela, para a banda, para a platéia, para todo mundo. Parece que ela foi forçada a estar lá, claramente fora de seu habitat. Ainda bem que os fãs de Jesus and Mary Chain e Offspring não foram hostis com a "cantora".
Mallu, a grande verdade é a seguinte, eu torço por você. Sério mesmo. Que você continue estudando música, compondo, fazendo shows... de verdade, espero vê-la de novo.
No entanto, friso: espero que isso aconteça por seu próprio talento, e não porque algumas empresas oportunistas estão tentando te enfiar nossa goela abaixo, te alçar a um posto que você ainda não ocupa: de uma artista.
No início, foi esquisito para a imprensa lidar com o jogador. Uns o chamavam de "Caca", eunquanto outros desdenhavam daquele menino franzino e relogioso, avesso aos holofotes. Dois anos depois, com sua condição de excelente jogador já solidificada, mesmo não tendo ganhado mais nenhum título, foi contratado pelo Milan por quase U$ 10 milhões. Hoje, cinco anos depois, o Kaka já jogou duas copas do mundo e foi campeão europeu e mundial pelo Milan, tendo grande destaque nessas competições.
Quando o Kaká começou a solificar sua carreira, deixando claro o talento que possuia, lentamente começaram a aparecer os contratos publicitários, buscados por empresas interessadas em atrelar suas marcas à um jogador habilidoso, vitorioso, um craque. Hoje, ele é patrocinado por Adidas, Gillette, Gatorade, entre outras empresas gigantes e globais. Um caminho mais do que natural, trilhado por dezenas e mais dezenas de estrelas do esportes, da música, etc.
No entanto, parece que, na tentativa de se personificar uma marca, atrelá-la valores e à pessoas, as empresas estão se precipitando, enfiando os pés pelas mãos. Enfim, invertendo a ordem das coisas. E o grande exemplo disso é a cantora-mirim Mallu Magalhães.
Sua carreira começou em Janeiro deste ano de 2008. Seis meses depois, já era garota-propaganda da Vivo e do MySpace. Em seguida, começa a participar de alguns dos principais festivais de música do pais.
Mallu trilhou o caminho inverso de Kaká. Enquanto este foi, aos poucos, jogo após jogo, ano após ano, mostrando seu talento, sua halibidade, fazendo gols e, dessa forma, consquistando fãs e, consequente patrocinadores, aquela não: Mallu é apenas uma menina de 16 anos, que toca violão, canta e compõe em inglês. Apenas isso. É mais um fruto, uma pseudo-artista. formada pelas infinitas formas de "criação" e exposição de trabalhos e obras que a internet, hoje em dia, propicia.
A Mallu, ao inverso do Kaká, para ganhar notoriedade, não mostrou talento, habilidade, nada. Ela é apenas uma menina que acabou caindo nas graças da molecada, dos adolescente. Percebendo esse novo "produto", duas empresas rapidamente se aproveitaram: MySpace Brasil, que encontrou nela uma possível versão da Lilly Allen, sucesso criando pelo MySpace Inglês; e a Vivo, que viu em Mallu a possbilidade de associar sua marca a uma "artista" jovem e surpreendente (pela sua pouca idade), de fortíssimo apelo junto ao público jovem, com alta exposição da mídia. A Mallu é praticamente uma ex-BBB indie, cult.
Os valores se inverteram. As corporações inverteram as regras do jogo. O Kaká virou garoto-propaganda de marcas globais depois de ter seu talento devidamente comprovado nos campos. Já a Mallu, não... coitada, ela não tem nem meia dúzia de músicas gravadas. Ela é uma cantora e compositora... sem músicas! Ela é apenas uma imagem... praticamente um projeto, um holograma: menina, jovem, 16 anos, meiguinha, vozinha fina, canta e compõe e inglês. Só faltou uma coisa: talento.
E posso falar tudo isso com conhecimento de causa, já que vi seu "show" interiinho no Planeta Terra. A experiência foi, no mínimo, constrangedora. Para mim, para ela, para a banda, para a platéia, para todo mundo. Parece que ela foi forçada a estar lá, claramente fora de seu habitat. Ainda bem que os fãs de Jesus and Mary Chain e Offspring não foram hostis com a "cantora".
Mallu, a grande verdade é a seguinte, eu torço por você. Sério mesmo. Que você continue estudando música, compondo, fazendo shows... de verdade, espero vê-la de novo.
No entanto, friso: espero que isso aconteça por seu próprio talento, e não porque algumas empresas oportunistas estão tentando te enfiar nossa goela abaixo, te alçar a um posto que você ainda não ocupa: de uma artista.
Ácido.
ResponderExcluirE assino embaixo. ;)
Muito bom texto Mr. Blogger! Sem dúvida alguma, os valores são ligeiramente fáceis de serem invertidos na sociedade na qual vivemos.
ResponderExcluirSantinho, acrescente à sua lista o fato que a Mallu precisa também aprender a se expressar não só a escrever letras ou ser uma artista. Tive com ela uma tentativa frustrada de conversa, onde fui afogado pelos "tipo assim" e as risadinhas estranhas. Já não é de hoje que pessoas públicas "fofas" e precárias são eleitas como referência semestral. Paciência, cada um preenche seu vazio a seu modo. Neste momento preencho o meu ouvindo o Gil dos anos 60. Abraço!
ResponderExcluirPlaneta Terra? Puta programazinho ridículo, tu ainda fala mal da menina? Gnomo, vc é o santista mais paulistano que eu conheço.
ResponderExcluirDesde quando vc virou crítico de novos talentos na musica?
Ah num enche, fica na marginal na hora do Rush e deixa a menina cantar.
Pois eu nunca ouvi falar dessa menina...
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