23 de jan. de 2009

Ídolo


O que define um ídolo? Como uma pessoa se torna um ídolo para alguém?

Num site chamado "Dicionário inFormal", encontro a seguinte definição: "1. Figura, estátua ou imagem que representa uma divindade e é objeto de culto; 2. pessoa a quem se atributa grande admiração, demasiado respeito ou excessivo afeto."

Acredito que seja por aí mesmo. Um ídolo é uma pessoa que representa algo que te provoca arrepios, que mexe com seu coração, com seus brios. Que te influencia.


Tenho dois grandes ídolos. O primeiro que tive na vida se chama Raul Seixas. Foi ouvindo o Raul, com seu irreverente Rock das Aranhas, que depois corri atrás de mais músicas, mais sons novos... enfim. Eu tinha 13 anos quando ouvi pela primeira vez o Raulzito, e achei inacreditável aquelas letras e melodias. Além disso, fui atrás da história dele. Sempre ligado ao rock'n roll, o Raul foi um cara que fugiu dos padrões impostos por uma sociedade massacrada pela ditadura, destilando suas frases e posturas dignas de uma Metamorfose Ambulante.

Fui ficando cada vez mais alucinado à medida que ia entendendo suas letras e postura transgressora. Não tenho dúvidas seu jeito e sua música influeciaram na minha formação como pessoa, como homem. Raul Seixas é meu ídolo.

Só tem um probleminha: ele morreu em 1989. Portanto, nunca tive a oportunidade de vê-lo ao vivo... uma entrevista, um show. Um outro cara teve que ocupar esse espaço...


Até quem não gosta de futebol, já ouviu falar em Diego e Robinho. A geração do Santos Campeão de 2002 deixou marcas em todos, seja pela pouca idade dessa molecada, seja pela petulância das pedaladas.

O que a grande maioria não sabe é que, nesse time, existia um cara que não driblava como o Robinho nem dava passes geniais como o Diego, mas se entregava, suava a camisa (e ainda jogava monstruosamente bem). Lateral-esquerdo, envergando a jaqueta nº 3, o nome dele era Léo.

O Léo chegou no Santos em 2000, como um grande desconhecido. Vindo de algum União São João da vida direto para o Palmeiras, foi dispensado pelo Felipão (ele mesmo) logo de cara. Acabou vindo jogar no Santos.

Em pouco tempo, magicamente, com um futebol talentoso e de muita entrega, ele foi conquistando a torcida. Léo, a formiguinha, que ia fazendo cruzamentos e dava passes açucarados para os companheiros. Se tornou dono da faixa esquerda do campo e ídolo da torcida Santista.

Um dos dias mais tristes da história do Santos Futebol Clube foi em 13 de maio de 2001. Perdemos pro Corinthians, com um gol aos 48 do segundo tempo. Era a perda da passagem para a final, para a conquista certa de um título contra o irrisório Botafogo de Ribeirão Preto, e a soltura do grito de "É Campeão!" entalado havia 17 anos na garganta da Massa Alvinegra.

Eu chorava na arquibancada azul do Morumbi. Léo chorava no gramado.


Quase um ano depois, em 14 de abril de 2002, num solenidade em homenagem aos 90 anos do Santos ocorrida na Câmara Municipal de São Paulo, havia a presença de alguns jogadores. Cheguei no Léo, olhei em seus olhos e fulminei: "Você é o cara que mais honra essa camisa. Obrigado por tudo". A resposta: "A honra é que é toda minha de vestir essa camisa tão especial".

Mais de um ano e meio depois daquele fatídico Dia das Mães de 2001, estavamos novamente frente ao Gambás, num Morumbi chapado. Agora, eu estava na arquiba vermelha.

15 de dezembro de 2002. Pedalada, virada, nova virada, e um gol para selar a vitória por 3x2. Com o pé direito, no ângulo. De quem? Leonardo Lourenço Bastos, vulgo Léo.

A alma estava lavada. Eu e Léo chorávamos, mas agora de alegria.


Escrevo todo esse texto porque agora, em 2009, depois de 3 anos em Portugal, Léo volta ao Peixe. Aos 33 anos, e certamente sem o mesmo vigor físico de antes (mas indubitavelmente com toda a habilidade mantida), vem para honrar a Camisa 3 mais uma vez.

A Nação Alvinegra sorri. Temos a volta de um cara que jogou e deixou sua marca na história do Santos. Um cara que você admira pela suas atitudes. Por quem se possui afeto excessivo. Devoção incondicional.

Um Ídolo.


Bem vindo de volta, Léo!

Entre sem bater e fique a vontade. A casa é tão minha quanto sua.

3 comentários:

  1. Nossa Gnomo,


    Um baita Reba do Benfica, vcs estão comemorando até jogo de botão, vou te contar! Vc está achando que ele vai fazer aquele jogo ridículo dele de subir e descer avenidas do gramado como se fosse um Jadílson depois do pó? Que nada, com 34 anos, o máximo que ele vai fazer é tomar bola nas costas até dizer chega, com essa altura ridícula.kkkkkkk

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  2. O Léo é um jogador de classe mundial, pena ter surgido no Benfica já tão tarde (embora isso não impedisse que ele tenha brilhado ao mais alto nível com a camisola do Grande Benfica). Infelizmente, a situação familiar dele precipitou o seu regresso ao futebol brasileiro, nomeadamente ao Santos. Já que ele regressou, ao menos que seja ao Peixe, o time do meu grande amigo Thiago Reimão. Já que eu tive de ficar triste com essa situação, ao menos que quem fique contente seja um amigo, alguém que poderá de novo ver 2in loco" o "maradoninha", como o próprio Robinho o apelidou, fazer aquelas fintas, aqueles cruzamentos, aquela magia com e sem bola.

    Um recado aos santistas. Não fiquem preocupados com a idade do Léo, pois ele jogou no Benfica ao mais alto nível mundial na Liga Portuguesa e na Liga dos Campeões contra equipas de topo como Barcelona, Manchester, Liverpool, Milan, entre outras e só não conseguiu vencer o Milan, por pouco. Ele está muito mais adulto tacticamente do que quando saiu do Brasil e o Santos vai beneficiar muito desse extra que o Léo vai acrescentar ao seu já futebol de enrome qualidade.

    OBRIGADO LÉO...TU DISSESTE QUE SAIR DO BENFICA ERA DEIXAR PARA TRÁS UM "GRANDE AMOR DA TUA VIDA" e EU DIGO APENAS, ÉS GRANDE, O MAIOR E JAMAIS O BENFICA E OS BENFIQUISTAS TE ESQUECERÃO!!!

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  3. Léo...kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    benfica....kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    liga dos campeões...kkkkkkkkkkkkkkkk
    português burro..kkkkkkkkkkkkkkkkkk

    SPFC tri-mundial, yeah!!

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