Há algumas semanas, perguntei para os leitores deste humilde blog quem explicava o sucesso do Twitter. Eis que João Cláudio Cotta Cardoso, da longinqua Bretanha, se propôs a dar uma luz em tão intrincado dilema.
Como essa porcaria de Blogspot não deixou que ele postasse sua versão para o fenômeno, vale um novo post somente para isso. Segue abaixo:
"Meu caro Thiago Reimao,
Se voce quer ver o funcamento cientifico por tras disso, de uma olhada no link abaixo (o modelo de difusao de Bass): http://en.wikipedia.org/wiki/Bass_diffusion_model
Este modelo descreve muito bem o ciclo de adocao de uma nova tecnologia. O numero de usuarios cresce numa curva em forma de "S": no comeco pouca gente conhece a tecnologia em questao, o que, junto com o custo proibitivo, justifica que so alguns aventureiros cheguem a aderir (dai o termo "early adopters", ou pioneiros numa traducao livre). Eh a primeira parte, mais plana, do "S".
Depois disso, a tecnologia tem dois caminhos: ou morre (e os pioneiros acabam por abandona-la) ou explode, com o povao todo se convertendo em massa aa nova tecnologia: a propaganda boca-a-boca, a amortizacao dos custos de pesquisa e a producao em massa facilitando o processo. Esses individuos sao os "seguidores", repondem por uns 90% dos usuarios da tecnologia quando ela atinge a maturidade, e desenham a parte intermediaria, mais ingreme, do "S".
Finalmente, o ritmo de adocao da tecnologia desacelera, pelo simples fato de nao haverem muito mais pessoas que ainda nao a usam. Os "atrasados" sao aqueles que resistem aa evolucao tecnologica, ou novas pessoas que entram no "mercado" depois da tecnologia ja estabelecida. Essa fase eh a derradeira, plana e superior parte do "S".
O Twitter, com uma nova proposta de rede social, se qualifica como inovacao tecnologica e portanto vale a teoria de Bass. Ou seja, quem usa Twitter desde antes de fevereiro pode ser descrito como pioneiro, inovador, visionario, empreendedor, destemido, ou (mais provavelmente) nerd. Os que abriram seus Twitters depois de Fevereiro sao meros seguidores (ou "paga pau", no coloquio em voga na capital Paulista hoje em dia).
A teoria de Bass pode ser o ponto de partida de varias discussoes filosoficas sobre o comportamento humano, a dinamica do progresso, estrategias de negocio, e tipos de personalidade. Basta algumas cervejinhas e a conversa vai que vai. Pode ser um dos nossos topicos para a semana que vem!!
Abracos, JC"
Obrigado pela luz, professor!
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