17 de nov. de 2008

007 Quantum of Solace: o James Bond tradicional está morto


Para começar sem muretar: o novo filme do James Bond é absolutamente decepcionante. Não é toa que eu não estava naquela pegada louca de assistir ao filme, como rola sempre que sai um novo 007. Vamos aos fatos.

James Bond é um personagem criado por Ian Fleming em 1953 e, desde o primeiro filme, 007 Contra o Satânico Dr. No, existem algumas tradições relacionadas ao personagem. Tradição é tradição e, como já dizia o ditado, com tradição não se brinca. Infelizmente, não é o que os atuais produtores pensam.

Em primeiro lugar, nesta 22º aventura do agente serviço secreto do serviço britânico, temos uma continuação. Esse Quantum of Solace é uma continuação de Casino Royale. Oras, que troço é esse? James Bond virou Jogos Mortais, Senhor dos Anéis, Star Wars ou qualquer outra porcaria? James Bond é um filme apenas, com uma única história, um vilão, uma Bond Girl e acabou.

Além disso, temos uma história de vingança pela morte de sua amada. Amada? Daquele agentes secreto que manda as mulherada e depois as larga, pouco se lixando? Pois é, esse mesmo. Nesse filme, ele está bravinho porque no Casino Royale mataram a moça que ele gostava. Então, a história do filme é basicamente uma vingança.

Se você não está nem aí para a tradição e acha que isso é legal, porque mostra o personagem antes do clássico que a gente conhece (na verdade, o Casino Royale seriao primeiro filme do agente, quando ele é "efetivado" a 007), tenho mais uma queixa sobre oesse filme: acabou a inteligência. Isso mesmo. Aquele 007 sedutor, inteligente, que sabe se virar das situações com malícia, jogo de cintura e sacadas bem boladas, morreu. O que temos hoje é um brutamonte que bate primeiro e pergunta depois. Não há muita diferença entre esse James Bond e um atleta especialista em Parkour, de tanto muro e telhado que ele pula. OK, eu sei que os tempos mudaram, que não dá para fazer mais filmes de ação como os com o Sean Connery, onde ele só dá meia duzia de murros e o charme fica muito mais por conta da megalomania de seus vilões. No entanto, acho que nos quatro filmes do Pierce Brosnan, esse papel é muito bem cumprido: há muita cena de porrada e ação, misturadas com sacadas perspicazes do 007, e ainda conta com as quinquilharias do Q. Tudo isso não existe nesse James Bond, e não acho que a culpa é do ator. Gosto do Daniel Craig, nada contra. Só que o o roteiro foi escrito para um filme do Rambo, do Crocodilo Dundee ou Mad Max. Jamas para o sagaz e astuto agente 007.

A conclusão é a seguinte: se você gosta do 007, vá conferir. Essa lenda merece respeito e apreciação. Mas chegue em casa depois e deleite-se com um ótimo GoldenEye ou o Goldfinger. Pois os tempos de charme de James Bond morreram e provavelmente, não voltam mais. Brincaram com a Tradição e, como já disse acima, com isso não se brinca.

Ps.: mais um ponto para corroborar com meu ponto: apesar da ótimo trilha de abertura, produzida pelo bestial Jack White, não rola nem um pouco da musiquinha clássica de 007 nem aquela andada com a mira, quando ele vira para a tela e dá um tiro. Deixaram esses dois pontos para os créditos. Patético.

2 comentários:

  1. Bom, eu gostei e acho que todos os pontos negativos que vc ressaltou são compreensíveis a partir do momento em que vc vê o filme como o primeiro arco de histórias do James Bond, antes dos demais filmes da série (com exceção, obviamente, do Casino Royale).

    E não acho o roteiro ruim. Nem poderia, tem dedinho do Paul Haggis lá. ;)

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  2. comparar o james bond com o crocodilo dundee é foda....hahahahaha.....parabéns!

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