29 de out. de 2007

"No caminho com Maiakovsky", por Eduardo Alves da Costa

Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E nao dizemos nada.

Na segunda noite, já nao se escondem,
pisam as flores, matam nosso cao.
E nao dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E porque nao dissemos nada,
já nao podemos dizer nada.

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